2006/04/03

Bem vindo ao primeiro dia de trabalho!

E assim, depois de uma semana do mais puro toma cachaça carai, minha vida como desempregado terminou (com saldo positivo, a priori). O lado bom de ter a Paula em casa é que finalmente alguém me puxa pra fazer as coisas na hora certa e - dessa forma - pela segunda vez no semestre eu cheguei na aula antes dela começar. Não perdi nada, só minutos de sono.

Mal adaptado ao ritmo, acabei por despencar na mesa e dormi até me babar na aula de religião. E ainda saí no lucro. O resto da tarde foi bom: ida rápida ao mercado e de resto trovando fiado comigo mesmo até às 18:30, quando, de banho tomado e cabelo seco graças ao secador da Paula (cujo manuseio ainda estou longe de dominar...), parti para o Jornal do Comércio como um soldado parte para a batalha.

Na entrada o segurança me barrou e fez questão que eu entrasse acompanhado do Gazola. Mas nenhum de nós sabia se o nariz ambulante ainda perambulava pela redação, o que foi facilmente descoberto graças ao sistema de segurança e àquela camiseta rosa que todo mundo na faculdade teima em criticar.

Gazola me repassou as instruções do trabalho que eu estava assumindo: Monge Copista. As instruções são simples: catar cada página diagramada no PageMaker, verificar se tem algum colunista e CTRL+C CTRL+V a coluna no sistema do site. Isso em cada uma das 32 páginas,mais os cadernos especiais que - felizmente - já estão fechados na hora de pegar no tranco. O problema mesmo é que aquilo que começa às 19:00 e tem potencial para terminar às 20:30 termina às 23:00 por causa da senhorita capa, que só é fechada às 22:00. O tempo livre pode ser gasto em outras atividades mais produtivas, como ler um livro ou ver o pessoal das outras editorias trabalhando. Para o meu debut, viajei pela Wikipedia a noite inteira. Até enjoar. O que não demorou muito.

Foi aí que resolvi procurar meios menos ortodóxos, como o blog do Keaton e o Cocadaboa. E foi nesse último que eu encontrei os Leilões Bizarros. Enquanto olhava itens como o Lp do Anthony Garotinho, Boneco do Fofão com punhal no pescoço e um incrível cálculo renal, aconteceu uma coisa muito engraçada: tive um ataque de riso. No meio da redação. Claro, como meus níveis de controle peniano são bons, não demorou muito pra dominar o riso.

Às 22:00, como já foi dito, eu tinha nas mãos a capa do Jornal do Comércio de amanhã. O que é o engraçado de trabalhar numa redação: sempre pensar no amanhã. Assim mesmo, depois de três horas revisando página por página, no mínimo 50 vezes (ao todo), já totalmente cansado e com sono, pensei comigo mesmo "oba, vou pra casa!". Ledo engano, a capa demorou mais de meia hora, o que não era muito, considerando que eu também revisei matéria por matéria só para fazer bonito no primeiro dia. Ao final do trabalho, resolvi algumas dúvidas com o Pedro Maciel, excelentíssimo editor-chefe. Ele me apresentou ao senhor Nogueira e ambos foram verificar o que a nova aquisição deles ("um Bruno substituto", frisou o editor, se referindo ao Gazola e me fazendo sentir um Pinóquio qualquer). Acontece que - eu não sabia -, uma das matérias de capa tinha que ter um texto especial que eu mesmo tinha que escrever. Mas em sua imensa bondade, tanto o senhor Maciel quanto o senhor Nogueira me explicaram que dava pra copiar sem problemas o lead e se escreveram no meu lugar o texto na matéria... errada.

Corrigidos os problemas, fui liberado. E ao voltar para casa, o estômago apertou e tudo o que eu podia pensar era numa comida caseira feita pela Paula para comemorar meu primeiro dia como monge copista da era digital. Mas ela ainda não tinha chego em casa.

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