Essa é uma história que aconteceu anos atrás.
Uma fria manhã qualquer de setembro, acordei atrasado e fui para o trabalho. Como estava o dia, não sei. Na verdade nem sei se acordado estava. Era uma manhã fria e eu estava na parada.
Quando cheguei, o iPod tocava Invoke. Foi então que eu a vi: era mais alta que eu e usava óculos escuros. Não parei ao seu lado, pois sabia que diversas alterações hormonais impróprias poderiam me levar a uma situação constrangedora. Quando se esta meio acordado as 8 horas da manhã (ou qualquer hora e manhã), o que menos se quer é se incomodar.
Sentei no banco um pouco mais afastado dela. Ter de olhar para a rua para ver se vinha ônibus me dava a desculpa perfeita para observá-la. Ela, suspeito eu, também tentava disfarçar olhares ocasionais.
Talvez se não fosse cedo da manhã, eu tivesse a coragem de conversar com ela. Talvez, se eu não estivesse atrasado, eu teria pego o mesmo ônibus dela para descobrir onde ela trabalhava. Talvez estivesse naquele momento nascendo uma linda história de amor. Ela se virou em minha direção, talvez decidida ao passo inicial que a prudência me impedia de dar.
Naquele momento, chorei por Natarle Badgiruel.
A guria estancou o passo. Por debaixo dos óculos escuros, seus olhos demonstravam uma provável expressão pasma. Nesse momento, um ônibus da linha Prefeitura – Nenê Graeff apareceu, ela embarcou e se foi. Abandonou-me na praça Tochetto, lamentando uma morte que ocorrera anos antes (ou depois, porque Gundam Seed se passa num futuro pra caramba).
Eu nunca mais a vi. E quando me lembro dos eventos ocorridos naquela manhã, uma dor me sobe ao peito e eu novamente honro a memória da gloriosa capitã da Aliança, que morreu de forma honrosa ao salvar a vida de seus amigos.
João Vicente Kurtz, ao pesquisar dados para esse texto, festejou ao descobrir pelo menos dois finais alternativos onde o Mu La Flaga sobrevive.
2009/09/22
Pequena história de amor eterno
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Um comentário:
Na dignidade de toda uma resignação, mão no peito, cabeça erguida, nessas horas fico pensando em nós, noobs!
Que como diria o Sika...
"Queeeee?"
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