2006/05/28

História verídica (embora fictícia)

A repórter se aproximou do quarto, abriu a porta e entrou. Lá dentro, sentada sobre a cama de casal, a mulher, de uns 28 anos, chorava a morte do marido, policial renomado, assassinado brutalmente nos ataques do PCC, em São Paulo. A repórter imaginava a cena sendo transmitida, no dia seguinte, no Globo Repórter especial. Ela se aproximando da viúva, o choro, a trilha sonora do Tony da Gatorra ao fundo, aumentando ainda mais a dramaticidade.

- E agora, como será a vida sem o Joseilton por perto? - perguntou a repórter.
- Olha moça - respondeu a viúva - o Joseilton era uma pessoa muito importante aqui em casa, as vezes ele chegava tarde do serviço, mas eu sempre perdoei ele, ele era policial, sabe? Mantinha a casa, trazia dinheiro, cuidava dos filhos, me levava pra passear, eu amava ele por isso. Tinha vezes que ele vinha bêbado, mas tudo bem. Ele merecia, era policial, moça, eu sempre tive orgulho dele ser policial, protegendo a gente, fazendo o que é certo, eu amava ele... Aí ele me batia, mas eu agüentava. Era por ele, eu amava ele, ora! Amava sim! E ainda amo! Amo ele bêbado, amo ele jogando, me traindo com a mulher do padeiro... Sabe duma coisa moça, o Joseilton não era tão bom assim. Na verdade, não era nada bom. Pensando bem, não sei como eu aguentava aquele homem por perto. Fedendo a bebida o dia inteiro, apontando a arma pros meus meninos. Uma vez ele quase quebrou meu braço, aquele desgraçado. E era brocha ainda por cima! Isso mesmo! Ele era brocha, vivia pedindo pra eu não contar pra ninguém de tanta vergonha! Olha bem Joseilton! Vô mostra pra todo mundo! Tá aqui dentro da tua gaveta a tua caixinha de viagra! Essa que tu comprou no outro lado da cidade pra ninguém saber! E sabe o que eu vou fazer com essa coisa? Eu vo engolir o teu viagra pra tu nunca mais ver um pinto duro na vida! Por que tu não é homem pra merecer pinto duro!
A repórter, a essa altura, já viu suas esperanças de aparecer na tv e começou a chorar na frente das câmeras e teve que ser internada, pelo cameraman, no hospital (público) mais próximo por causa do choque. A viúva do Joseilton também, por causa da overdose de viagra.

Uma semana depois, a repórter está em casa, em licença médica, mas passa bem. A repórtagem, claro, nunca foi ao ar e a fita ainda está em algum lugar dos arquivos da Globo. Já a viúva do Joseílton entrou para a história como a primeira mulher a morrer de pau duro. É sério.

3 comentários:

Robson Rotten disse...

Priapismo DÓI.
Essa sim fudeu com o marido.

Robson Rotten disse...

Essa sim fudeu com o marido.
Necrosodosadofilia?

Anônimo disse...

nao soh com o marido
shuahsuhaush


adorei esta
shuasuahu

Twitter

    follow me on Twitter
    Este blog aprecia opiniões diversas e propostas de debate. Não se acanhe e deixe um comentário!