2008/11/07

Por uma Passo Fundo pós-apocaliptica!

Foto: João Vicente Kurtz

Há muito tempo atrás - meados de 99, 2000, tanto faz - alguém (possivelmente a Mãe Dinah, aquela que tudo erra) previu que um enorme furacão atingiria e destruiria Passo Fundo. Claro que a vidente, que não é nenhum Walter Mercado (isso ainda existe?), errou profundamente. Ou não, talvez o furacão fosse metafórico, sei lá. Ela poderia ter previsto a queda do Bella Cittá, o Robson atropelando as Casas Bahia ou mesmo os Hurricanger, que passou em 2003.

A madame, certamente, não foi o embrião de um pensamento para uma Passo Fundo pós-apocalíptica que surgiu anos depois. O raciocínio é simples, ainda mais para quem leu X/1999: a cidade é inundada (não importa o motivo). Algumas áreas são permanentemente submersas, se tornando praias. Surgem lagos por aí, milhares de desabrigados e pessoas fazendo arte sobre tudo isso.

A praia mais famosa nesse cenário seria aquela na esquina da Capitão Eleutério com a Independência, conhecida como Praia do Bokinha (na época que o Bokinha ainda existia). De dia, famílias inteiras iriam almoçar frutos do mar no Boka, convertido em grande bar de praia. À noite, os mesmos bêbados de sempre iriam ao Bokinha, beberiam as mesmas bebidas de sempre, falariam das mesmas futilidades de sempre. A diferença é que, nas primeiras horas da manhã de domingo, a praia seria interditada para a remoção dos corpos de pessoas que não resistiram e se jogaram no mar depois de uma porção de batatas bolinha. Muitos de nossos melhores amigos teriam morrido desta forma. Alguns, mais de uma vez.

E como a vida imita a arte (no caso, no sentido de mal-criação), a foto representa uma boate bem antiga cujo nome ninguém se lembra (ninguém!). Depois da chuva da última quinta-feira (6), a entrada do local (que fica na av. Sete de Setembro, perto do Zaffari) ficou submersa. Essa boate, alias, já foi palco de mortes, sangue e destruição. E agora foi inundada. Lavou consigo memórias de noites acampado no lugar esperando pessoas, mas isso pouco importa. Resgatou memórias de uma Passo Fundo pós-apocalíptica, cuja história, curiosamente, eu contava para a Clarissa um dia antes, enquanto bebíamos, veja só, em um bar que lembra muito uma praia.

Sobre a chuva de Passo Fundo, nada mais diremos. Quem quiser se informar que leia as notícias na imprensa local. Pessoalmente, recomendamos esse ótimo post da Cami, que expressa tudo o que nós pensamos sobre o assunto.

(João Vicente Kurtz não nadaria no mar de Passo Fundo devido a lembranças de noites na Prainha de Ernestina. Mas sobre isso, e sobre peixes que falam "andain", ele não comenta)

5 comentários:

Cami disse...

Kurtz!
Eu presenciei no ano passado, aqui na esquina de casa (na frente do moinho Santa Lúcia, na sete de setembro) uma espécie de Piscinão de Ramos bem nesse entroncamento da Sete com a Gal.Osório.
Foi naquela tempestade de pedras que caiu num DOmingo por volta das 19hs, não sei se tu lembra.

E olha o detalhe.
Moro em Passo Fundo há cinco anos, e essa rua não alagava nesse local. Está alagando depois que algum anencéfalo veio recapar o asflato e tapou com asfalto o boeiro da esquina.

É ou não é de pegar a galera da Secretaria de Obras e deixar um dia inteiro sentadinhos debaixo de chuva????

Valeu guri!
Bjs

Cami disse...

Cuida Kurtz que eu acho que sei o nome desse inferninho onde tu tirou a foto desse alagamento.

Se não me falha a memorex o nome famovo que isso tinha era: NEW TIME.

Agora tá escrito: NEW HEAD.

É isso??? HÃ? HÃ? HÃ?

jvk disse...

Cami! Leia direito o texto:

"uma boate bem antiga cujo nome ninguém se lembra (ninguém!)"

Falando sério agora, a New Time é o nome fantasia do popular Bafão, que fica numa rua que já foi o top de linha da cidade, na baixada da Fagundes, perto do Moinho.

Esse lugar ai devia aproveitar que foi submerso e levar as memórias consigo.

Importuna disse...

NInguem vírgula

ali se chama Bolero's nigth club

ahsuhauhsuah
eu era peq
mas lmbro q passava por ali
=]

Tuam disse...

o.O!!!! Um texto que possui, entre os marcadores, Lego e Mãe Dinah. Não vou ler não. Até porque, se eu lesse, ficaria curiosa pra saber que lembranças são essas que seria melhor serem lavadas daquele antro de perdiçãããão. Erm. Feliz Ano Novo. Paz no Senhor.

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