Era uma manhã chuvosa em Southamptom, na Inglaterra. Milhares de pessoas se abrigavam nas marquises, procurando melhor visibilidade do porto. Estacionado, o RMS Titanic aguardava o embarque dos passageiros para aterrorizar Londres no natal de 2007 sua primeira - e última - viagem. O dia era 15 de abril de 1912.
A partida do navio se atrasara por uma hora devido a um incidente, mas o momento havia chego. Os passageiros, maravilhados por se tornarem parte da História (mais do que imaginavam), se debruçavam sobre o corrimão, acenando e festejando a partida de um barco que, diziam as lendas, somente Deus poderia afundar. Deus, naquele dia, praticava com um estilingue.
Em frente ao navio, uma família que não sobreviveria à viagem posava, maravilhada, em uma fotografia ao lado de um homem de jaqueta de couro e nariz parecido com o do Sikora. Em outro canto, longe da agitação, que naquela hora era a cena de despedida do Leonardo DiCaprio, uma senhora se protegia com uma sombria rosa da chuva, que caia em pingos leves e rápidos. Um chapéu com aquelas coisas que parecem mosquiteiros encobria seu rosto, dando a ela um ar sinistro que fazia com que os outros passageiros desejassem afastar-se dela.
O som das chaminés interrompeu a predominância dos gritos. O RMS Titanic, finalmente, zarpava. Não fossem esses sons, talvez pudesse se ouvir os passos de um único homem que corria em direção ao barco. Ele agitava um jornal na chuva, pensando que assim atrairia mais atenção. Parou em frente ao cais, a tempo de ver o navio se afastando. Em sua popa, avistou a mulher misteriosa. Gritou a ela:
- Abigail, Abigail! Se tu for eu não iu!
Então escorregou em uma poça e quase iu ao chão.
Burro.
2008/09/07
Despedida na chuva
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Um comentário:
\o/
Abigail!!!!
\o/
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